Processo eleitoral começou mais cedo em Atibaia
As últimas movimentações políticas já dão o tom de como deve ser o processo eleitoral do ano que vem com desafetos se unindo e aliados se separando.
Evento organizado pelo ex-prefeito e futuro deputado federal Saulo Pedroso reuniu apoiadores de seu grupo político e deu o tom de como deverá ser a disputa eleitoral do ano que vem.
Na quinta-feira os partidos PSD, Republicanos, Solidariedade e Avante reuniram militantes na tentativa de demonstrar força diante do atual grupo político do prefeito Emil, hoje dominante na política local. O gesto demonstra que o ex-prefeito Saulo assumiu de vez uma política de enfrentamento a seu ex-aliado político.
Saulo tem adotado um tom de duras críticas e demonstrado disposição de composição até com antigos opositores, como o ex-vereador Daniel Martini do Podemos. Seu principal crítico quando foi prefeito.
No atual desenho político, Saulo que assume como deputado federal nas próximas semanas, sustenta que será o candidato do grupo por apresentar maior aceitação e grau de conhecimento junto ao eleitor. Mas parte do grupo entende que este é um gesto para manter a união do grupo e angariar apoio de outras legendas que ainda não fecharam questão sobre 2024.
No meio político existe o entendimento de que com um mandato definitivo em Brasília, Saulo trabalhe para a construção de um outro nome, preservando seu mandato e garantindo o controle municipal, fundamental para sua reeleição em 2026.
Com este cenário, diversas especulações aparecem como estratégias eleitorais. A ex-primeira dama Simone Cardoso por exemplo, está filiada ao Republicanos e não ao PSD de Saulo. Como já foi candidata em 2018 a deputada federal, poderia ser um nome para a prefeitura tendo um vice da oposição por exemplo. Carregando o recall eleitoral do marido, Simone também estaria apita a compor chama como vice de um nome como Daniel Martini.
Uma outra possibilidade seria uma chapa Simone e Saulo, onde ficaria claro para o eleitor que se trata de uma candidatura do ex-prefeito. Legalmente, se eleitos, Saulo poderia renunciar o mandato de vice-prefeito e permanecer como deputado federal. Estratégia que é muito utilizada no Norte e Nordeste com um político de influência como vice já detentor de mandato legislativo.
Se por um lado a disputa Emil x Saulo pode confundir parte do eleitorado (haja vista que em 2020 Saulo pediu votos para Emil), o confronto pode beneficiar diretamente um nome de oposição que se apresente como terceira via.
Atibaia viveu isso em sua história recente no ano de 2012. Professor Wanderley (oposição no DEM) e Luiz Fernando (PV na situação) se digladiaram durante todo o processo eleitoral. Por fora, corrida um pouco conhecido vereador Saulo, que com um pequeno grupo político chegou a vitória no dia da eleição.
Independente de avaliação política de governo, estudos mostram que de tempos em tempos existe no eleitor um sentimento de mudança. E isso não se restringe ao universo político de Atibaia.
O governo Emil tem realizado importantes obras e mantido uma gestão impecável na gestão do fluxo de caixa. Mas ainda paga o preço pela inconsequência de alguns secretários que provocam desgaste desnecessários e irreparáveis ao governo do ponto de vista de imagem institucional.
Uma reforma urgente em pelo menos três pastas, ouvir pessoas certas e não bajuladores e ir para as ruas ouvir a população podem ser os fatores determinantes na reeleição.
